6 de outubro de 2014

ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARTE 3 - INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Olá Pessoal!!


Dando continuidade ao mês das crianças, o assunto de hoje é introdução alimentar!!

A partir dos seis meses a amamentação não supre totalmente as necessidades nutricionais do bebê, com isso a introdução dos alimentos é necessária. Porém o aleitamento não deve parar, sendo ele leite materno ou fórmulas infantis. 

As práticas alimentares no primeiro ano de vida são um marco importante na formação dos hábitos da criança. 

A introdução de alimentos para crianças em aleitamento materno exclusivo só deverá ser realmente feita aos seis meses, pois o sistema digestivo estará mais apto a aceitar novos alimentos, além de uma maturidade neurológica melhor para deglutir alimentos não líquidos. Se a alimentação for através de leite artificial, deve ser feita uma avaliação de cada caso, mas geralmente a introdução de novos alimentos se inicia a partir dos quatro meses, mas jamais antes disso. 

A partir dos seis meses, a criança não apresenta mais o reflexo de protrusão da língua, o que facilita a ingestão de alimentos semi-sólidos, produz enzimas digestivas em quantidades suficientes para essa nova fase, e, quando sentada, o pescoço não tomba mais, facilitando a alimentação oferecida por colher.

O período de introdução da alimentação também é acompanhado de mudanças metabólicas. Nessa fase os alimentos são introduzidos gradualmente até que a criança possa consumir a mesma alimentação da família. Essa transição é caracterizada pela diminuição da porcentagem de gordura na alimentação, aumento de proteínas e carboidratos, consequentemente, por adaptações do metabolismo energético, que resulta em ativação de diferentes rotas metabólicas.

O primeiro ano de vida é caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, o que pede uma maior disponibilidade de energia e nutrientes!

A necessidade adequada de energia para o bebê é composta pela ingestão que se estima ser suficiente para garantir o balaço energético em um nível compatível com o desenvolvimento, crescimento e saúde. 

Os sabores e aromas de alimentos consumidos pela mãe são transmitidos para os bebês durante a gestação e através do leite materno. Geralmente os bebês que mamam no peito aceitam melhor os alimentos. Assim como a amamentação, a introdução de alimentos deve ser a continuação de uma ato de afetividade, é uma nova fase no início da vida da criança.

O comportamento alimentar dos pais reflete na alimentação da criança. As crianças aceitam com maior facilidade os alimentos que são naturalmente disponíveis nas refeições da família. A rejeição inicial a certos sabores requer mais paciência e insistência até que o bebê se acostume. É um processo natural, estranhar uma textura, consistência, sabor diferentes do leite. A criança deve ser exposta ao alimento de 10 a 15 vezes para a aceitação real do mesmo. 

As crianças normalmente conseguem adequar a quantidade  de alimentos de acordo com a sua necessidade energética, Elas não precisam de grande quantidade por refeição. É importante oferecer várias vezes ao dia, em pequena quantidades, mantendo a qualidade das refeições. 

A alimentação da criança deve ser o mais natural possível, deve se evitar qualquer tipo de produto industrializado, com aditivos químicos de qualquer espécie. Manter horários regulares também é muito importante, mas a vontade da criança deve ser considerada.

Antes de introduzir novos alimentos para o bebê deve-se pesquisar a história pessoal e familiar de alergias. A introdução alimentar é um período delicado, e deve ser feito de forma gradativa. 

Os alimentos devem ser introduzidos um de cada vez. Só deve ser testado um novo alimento quando o bebê estiver bem. Sempre que um alimento novo for oferecido pela primeira vez, a quantidade deve ser pequena e é importante observar se não houve reação após três ou quatro dias. Não misturar muitos alimentos de uma só vez, variar entre eles é melhor, permite que o bebê se acostume a diferentes alimentos. 

As refeições devem ser feitas em ambiente calmo. Com paciência e muito amor!

 Existem alimentos que têm um potencial alergênico maior, os quais devem ser introduzidos somente após o primeiro ano: leite de vaca e derivados, leite de cabra, soja, trigo, amendoim, clara de ovo, frutos do mar, oleaginosas, frutas cítricas e em alguns casos o milho. Se a criança for filha de pais alérgicos, introduzir os alimentos mais alergênicos somente após o segundo ano de vida. Esse cuidado é em função de não sensibilizar a criança e predispor a mesma a formação de anticorpos de memória contra uma macromolécula proteica formada por exposição repetida, podendo tornar a criança sensível a esse alimento.

O inicio da introdução deve ser feita por papas de frutas, que devem ser oferecidas no período da manhã, entre a primeira e segunda mamada. Qualquer fruta pode ser utilizada, desde que a criança aceite e não tenha nenhuma reação alérgica. As frutas devem ser oferecidas sem casca, bem lavadas, raspadas ou amassadas (não passar no liquidificador), tomando cuidado para não ter pedaços. Não há necessidade de adoçá-las, não utilize açúcar, e o mel só dever ser oferecido após um ano. É importante que a criança reconheça o sabor natural dos alimentos.

Após alguns dias, ofereça a papa de frutas também no lanche da tarde. Podem ser oferecidos sucos de frutas  nesses horários.

A papa salgada deve ser introduzida mais ou menos 15 dias após o início da papa de frutas. Deve ser na hora do almoço. Ofereça inicialmente uma papa de legumes (abobrinha, chuchu, abóbora, cenoura) com um carboidrato (mandioquinha, cará, inhame, batata, batata doce, arroz) em em pequena quantidade,vá aumentando conforme aceitação. As verduras entram no cardápio gradativamente. Após alguns dias acrescente os grãos (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), depois as carnes, frango, gema de ovo. Sempre amassados ou peneirados, jamais batidos! As carnes podem ser desfiadas ou moídas. 

Utilize o sal em pouca quantidade, pouca mesmo!! Prefira sempre os temperos naturais: ervas, alho, cebola, mas também pouco! O azeite de oliva extra virgem deve ser adicionado na hora de servir, uma colher de café é o suficiente. Para refogar pode-se utilizar o azeite ou óleo vegetal de sua preferência. 

A papa deve conter pelo menos um alimento de cada grupo alimentar para fornecer os diferentes nutrientes que a criança precisa. É muito importante rodiziar os alimentos, não dar sempre a mesma coisa. 

Vamos reforçar os grupos alimentares que devem estar presentes na papa salgada:

Carboidratos: arroz, batata, inhame, mandioquinha, cará
Proteínas: carne vermelha, frango, gema de ovo
Legumes: abobrinha, cenoura, abóbora, chuchu
Verduras: folhas verdes escuras- espinafre, couve, escarola, almeirão, brócolis, couve-flor
Grãos: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico.

Após alguns dias deve-se introduzir a papa salgada no jantar, substituindo a mamada deste horário. A mesma papa do almoço pode ser oferecida no jantar, variando os alimentos a cada dia. Não há necessidade de colocar mais de um alimento do mesmo grupo alimentar. 

Por volta dos oito meses o esquema alimentar da criança deve ser mais ou menos assim: leite, fruta ou suco de fruta no lanche da manhã, papa salgada no almoço, leite, papa de fruta no lanche da tarde, papa salgada no jantar, leite. 

A hidratação é fundamental! Ofereça água aos poucos durante o dia todo. 

Atenção, os alimentos a seguir estão proibidos pelo menos até o primeiro ano de vida: açúcar, doces, café, enlatados, embutidos, frituras, refrigerantes, salgadinhos, guloseimas, corantes e conservantes. 

Fonte: Carreiro, 2010; Vitolo, 2003.

No próximo post colocarei algumas receitinhas para facilitar a vida da mamães!!! Não percam!!

Um abraço e até o próximo post!







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