7 de novembro de 2019

COMER VAI ALÉM DO PRATO


Olá Pessoal!

Comer é um ato de prazer! Isso é um fato que poucas pessoas descordarão. A pergunta é: será que o prazer que a comida nos traz vale a pena quando ela coloca a nossa saúde em risco? Vamos descobrir isso juntos ao longo deste post.

O ser humano tem uma característica imediatista, valorizando muito mais o ato de comer um doce, uma fritura, o qual lhe fornecerá um prazer momentâneo, mesmo sabendo que esse tipo de alimento poderá afetar sua saúde, do que o bem estar que talvez sentiria se não comesse. Quando pensamos em saúde e qualidade de vida muitas vezes é preciso trocar uma porção de prazer por um bem estar.

Pode ser libertador descobrir a quantidade que precisamos comer de cada alimento para prevenir problemas de saúde, e até mesmo nos fortalecer. Quando assumimos a responsabilidade por nossa saúde, fazemos escolhas mais conscientes e melhores. Para isso é importante ter conhecimento e consciência do que comemos.

Dentro de uma alimentação saudável, certamente, podemos comer de tudo. Mas é importante entender o quanto e porque estamos escolhendo determinados alimentos. A frequência de escolha também vai influenciar. Não precisamos abrir mão dos alimentos que gostamos (mesmo aqueles que não são considerados saudáveis), mas é fundamental equilibrar a quantidade, a qualidade e a frequência de seu consumo.

Observar o que nos faz bem e que nos faz mal gera autoconhecimento, e isso só conseguimos quando prestamos atenção no que comemos e porque comemos!

É impressionante saber que hoje há mais pessoas morrendo de doenças relacionadas ao excesso de consumo de comida do que pessoas morrendo de fome. No momento atual a comida pode ser uma grande aliada para uma boa qualidade de vida, mas também pode ser a causa de muitas patologias crônicas.

Não existe alimento mocinho ou vilão, tudo vai depender da quantidade e da qualidade!! Ter isso como base para começar uma reeducação alimentar é sensacional, pois você terá a liberdade de escolher o quer colocar no prato, sem prejuízos à sua saúde.

A nossa medicina hoje prioriza remediar no lugar de prevenir, infelizmente. Grande parte dos médicos preferem tratar sintomas, receitando remédios do que trabalhar com prevenção e ir na causa do problema. Mas cabe a nós fazer a nossa parte. Por exemplo, assim como não precisamos esperar que um médico nos oriente a parar de fumar (já que o cigarro é um veneno para nossa saúde), também não precisamos esperar uma orientação específica para começar a nos alimentar de modo mais saudável. Mas a maioria pensa da seguinte forma: é melhor comer o que quisermos e simplesmente tomar medicamentos quando começarmos a ter problemas de saúde, a evolução da medicina existe para isso... bom, cada um pensa o que quer, e é responsável pelos seus atos... mas terá que lidar com as consequências, porque algo é certo: uma hora a conta chega!

Outro dado impressionante: o meio ambiente em que o indivíduo está inserido se sobrepõe à genética, tanto na prevenção como na causa da doença. Ou seja, você só vai desenvolver aquela patologia que geneticamente você está pré-disposto, se o meio ambiente onde você está inserido contribuir para isso, e claro que a alimentação e seus hábitos de vida estão inseridos neste contexto.

A expectativa de vida do ser humano aumentou, mas os anos que estamos vivendo a mais não são necessariamente saudáveis. Na verdade estamos tendo menos anos saudáveis agora do que nossos avós tiveram. Em outras palavras: estamos vivendo mais, porém vivendo mais doentes. E grande parte disso é porque comemos como se o futuro não importasse.

Se considerarmos o envelhecimento, a contribuição da alimentação fica bem evidente. Em cada uma das nossas células há 46 filamentos de DNA enrolados formando cromossomos. Na ponta de cada cromossomo há uma capa chamada telômero, que impede o DNA de se desenrolar. Mas, toda vez que as células se dividem (e elas fazem isso o tempo todo), um pedacinho dessa capa se perde. E quando se perde o telômero por completo as células podem morrer. Os telômeros começam a encurtar assim que nascemos e quando eles acabam, nós morremos... assim é o envelhecimento de forma bem simplificada.

Olha que incrível: o consumo de frutasverduraslegumes e outros alimentos antioxidantes (quem em acompanha nas redes sociais sabe que falo o tempo todo deles!!) está associado a telômeros mais longos, ou seja, que demorarão mais tempo para perdemos. Em compensação a ingestão de cereais refinados, refrigerantes, carnes e laticínios foi relacionada a encurtamento de telômeros. Resumindo: temos a chance de retardar ou acelerar o envelhecimento celular através do que comemos, a escolha é nossa!

Não há dúvidas que muitas vezes precisamos dos medicamentos, sem eles certamente não sobreviveríamos nos dias atuais. Mas tudo tem sua hora e lugar. 

Por exemplo, podemos tomar estatinas para reduzir o colesterol, com o objetivo de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, também podemos tomar metiformina ou insulina para controlar o diabetes, assim como diuréticos contra hipertensão. Porém existe uma única dieta que pode prevenir ou até mesmo auxiliar no tratamento de todas essas doenças: uma dieta saudável! 

Ao contrário dos medicamentos não existe diferença de alimentação melhor para o funcionamento do fígado e outra para melhor desempenho dos rins ou pulmões. Quando falamos de prevenção (não estou falando sobre doença já instalada!!), a mesma dieta, baseada em alimentos naturais, com o mínimo de industrializados, pode beneficiar todos os sistemas orgânicos de uma só vez.

Essa dieta não tem segredos: a base é de vegetaisalimentos integrais, gorduras boas! Tudo o que a natureza nos fornece sem miséria!!

Muitas doenças, são questão de escolha... sim! Vamos entender isso. Por exemplo: se olhasse os dentes das pessoas que viveram há dez mil anos da invenção da escova de dentes, você notaria que elas não tinham nenhuma carie. Isso simplesmente porque elas não conheciam o açúcar, o chocolate, as balas, etc. O motivo pelo qual as pessoas tem cárie hoje é o principalmente o fato do alto consumo de alimentos e bebidas açucarados. Neste caso, a pessoa terá cárie porque escolheu esses tipos de alimentos. Agora vamos imaginar, em vez de uma placa bacteriana no nosso dente, estivermos falando de uma placa aterosclerótica se formando nas artérias... a qual foi formada devido a uma alimentação errada, ou seja, por causa de escolhas alimentares inadequadas... neste caso estamos falando de vida e morte. Pense nisso, pense nas suas escolhas.

Na ciência tem sido demonstrado, por exemplo, que uma dieta a base de vegetais reduzem o colesterol com tanta eficiência, quanto as estatinas, mas sem os riscos, claro que de forma mais a longo prazo. E mais: os efeitos colaterais de uma alimentação equilibrada e saudável tendem a ser bons: proteção do fígado e do cérebro, menos riscos de câncer e diabetes, assim como menor risco de adquirir outras patologias.

Nunca é cedo demais para começar a se alimentar de maneira saudável, e também nunca é tarde demais!!! 

Um abraço e até o próximo post!

23 de outubro de 2019

NÃO TENHA MEDO DO ARROZ



Olá pessoal!

Tenho certeza que muita gente gostará do assunto de hoje: ARROZ!

O arroz é um cereal muito típico da nossa culinária. Muitas pessoas tem receio de consumi-lo, por medo de engordar. Mas com bom senso, sem exagerar na quantidade e fazendo uma boa escolha, ele pode fazer parte de uma dieta saudável e gostosa. Vamos conhecer os tipos de arroz que temos hoje no mercado e suas propriedades:

Arroz branco ou polido ou agulha: é o arroz mais comum. Fonte de carboidratos e aminoácidos essenciais. Não é um dos tipos mais nutritivos de arroz, pois devido à retirada das camadas externas possui menor quantidade de vitaminas e minerais. Mesmo sem as camadas onde se encontram a maior concentração de nutrientes, o arroz polido conserva algumas proteínas e vitaminas (complexo B) porque as mantém no endosperma. Mas sua maior fonte é de carboidrato, especificamente o amido, que faz deste alimento uma grande fonte de energia.

Arroz parboilizado: contém as mesmas propriedades do arroz branco, mas com um teor maior de vitaminas e minerais, porque passa por um tratamento hidrotérmico (é submetido à pressão com água fervente antes do beneficiamento), que cozinha parcialmente o grão com a casca, isso faz com o os nutrientes (vitaminas e minerais) migrem para o interior do grão, aumentado o valor nutritivo, concentrando, por exemplo, as vitaminas do complexo B.

Arroz integral: é o arroz que mantém a camada externa do grão, conservando suas principais propriedades. Rico em carboidratos, proteínas, vitaminas do complexo B, vitamina E, vitamina A, ferro, magnésio, fósforo, cálcio, manganês e fibras. É o grão que se remove apenas a casca.
Arroz cateto ou japonês: são grãos curtos, curvados, que tem grande quantidade de amido, a sua versão integral conserva as mesmas propriedades citadas acima. Usado na culinária japonesa e bom para fazer doces a base arroz.

Arroz selvagem: Ele na verdade não é um arroz verdadeiro, é uma gramínea aquática de longas sementes escuras. É uma boa fonte de minerais, entre eles potássio e fósforo, e de vitaminas do complexo B: B1(tiamina), B2(riboflavina), e B3(niacina). Apresenta menor quantidade de amido e lipídeos, e maior conteúdo de um aminoácido chamado lisina. Tem baixo índice glicêmico.

Arroz vermelho: rico em fibras, compostos fenólicos, vitaminas do complexo B, ferro e zinco. Tem um poder antioxidante importante.

Arroz malekizado: é o grão com a casca, macerado em água fria por três dias e submetido a vapor à alta temperatura. Posteriormente é desidratado e descascado e são retirados a cutícula e o germe. Nesse processo ocorre a transferência dos produtos da cutícula para o interior do grão, preservando os nutrientes, que serão os mesmos do arroz polido.

Arroz arbóreo: é uma variedade de arroz italiano com grãos grossos, redondos e brancos. Tradicionalmente usado no preparo de risotos. Possui as mesmas propriedades do arroz polido.
Arroz negro: contém mais proteínas, mais fibras do que o arroz integral. É rico em ferro e compostos fenólicos que são antioxidantes.

O arroz é o principal alimento de quase metade da população mundial. Ele é uma excelente fonte de carboidratos, a sua versão integral pode agregar muitos nutrientes (vitaminas, minerais e fibras) e compostos bioativos que auxiliam o funcionamento do intestino, ajudam a reduzir o colesterol e controlam a velocidade que a glicose gerada pelo carboidrato vai para o sangue. Além disso, quase todas as variedades de arroz (exceto os que são polidos) contém uma quantidade muito boa de fibras, entre elas: celulose, hemicelulose, pectina, alginato, mucilagem, lignina e amido. As fibras são excelentes não só para o funcionamento do intestino, mas também para prevenção de alguns tipos de câncer, como o gástrico e o de cólon. O arroz não tem glúten e por isso é uma boa opção para os celíacos ou intolerantes ao glúten. Quando consumido junto com grãos fornece uma quantidade excelente de aminoácidos, sendo importante, por exemplo, para os vegetarianos e veganos.

A quantidade de arroz ideal é individual, pois ela depende de muitos fatores, tais como: problemas de saúde, objetivos em relação à composição corporal, atividade física, cultura, hábitos alimentares, etc.

A única restrição efetiva para o consumo do arroz é para quem é alérgico ao mesmo. Em dietas de restrição de carboidratos ele deve ser evitado ou consumido em doses de acordo com a estratégia elaborada pelo nutricionista.

A melhor forma de preparação é a tradicional: refogar os temperos (alho e cebola, por exemplo), adicionar o arroz e posteriormente a água. Para o arroz branco 2 xícaras de água para 1 de arroz. Já o integral demora mais para cozinhar e devemos colocar a proporção de 3 xícaras de água para cada xícara de arroz.

As preparações salgadas que podem levar o arroz na sua composição são diversas: arroz refogado, arroz a grega, sopas, risotos, bolinhos, tortas.

Entre os doces que podem ser preparados com o arroz, encontramos: arroz doce, mingaus, doces orientais, sua farinha pode ser utilizada para fazer bolos e vitaminas. O cereal também pode ser utilizado para fazer bebidas como as aguardentes de saquês.

E para incentivar você a colocar esse cereal no prato de forma nutritiva, deixarei uma receitinha bem gostosa:

ARROZ COLORIDO
Ingredientes:
- 1 col. sopa de azeite de oliva extra virgem
- 2 dentes de alho picados
- 1 cebola picada
- 1 xícara de arroz cateto integral
- 3 xícaras de água
- sal a gosto
- 1 colher de sobremesa de cúrcuma
- 1 cenoura ralada
- 1 abobrinha ralada
- ½ xícara de chá de salsinha e cebolinha picadas.

Preparo: refogue a cebola e o alho no azeite até dourar, acrescente o arroz e misture. Adicione a água e quando ferver adicione o sal e a cúrcuma. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos ou até o arroz estar bem cozido, acrescentando água se for necessário. Em outra panela refogue a cenoura e a abobrinha com um pouco de azeite até ficarem al dente. Misture a salsinha e a cebolinha. Misture os legumes com o arroz e sirva. Rendimento: 4 porções.

É importante sempre que possível escolher as versões integrais deste alimento, para que todos os nutrientes que trazem benefícios para a nossa saúde sejam consumidos.

Um abraço e até a próxima!

28 de março de 2019

COMO ANDA O SEU INTESTINO? A SUA SAÚDE DEPENDE DELE!





O cuidado com a nossa saúde envolve o equilíbrio do organismo como um todo, e para isso muitos fatores estão envolvidos, entre eles: saúde física, qualidade de vida, saúde emocional e fornecimento adequado de nutrientes e fitoquímicos. Mas hoje vou focar em um órgão fundamental para a nossa saúde plena: o Intestino!

O nosso intestino é tão importante que está ligado inclusive ao nosso sistema emocional, ambos caminham juntos, um depende do outro! No intestino há a maior produção do neurotransmissor responsável pelo nosso bem estar, a tão famosa serotonina, e esta também é responsável pela motilidade intestinal, ela controla a contração gastrointestinal. Ou seja, um está relacionado ao outro.

O fornecimento adequado de nutrientes depende de um intestino saudável, pois se há alteração das vilosidades e da permeabilidade intestinal, há uma baixa absorção de nutrientes. Para as pessoas que praticam exercícios físicos isso é mais importante ainda, pois os exercícios geram naturalmente um aumento do estresse oxidativo e os nutrientes antioxidantes são necessários para modular essa adaptação do organismo, se o intestino está alterado, essa recuperação não ocorre adequadamente.

É no nosso intestino que absorvemos os nutrientes, as células do intestino chamadas enterócitos são responsáveis por 90% dessa absorção. A permeabilidade intestinal alterada causa baixa absorção desses nutrientes, principalmente dos minerais. Essa baixa absorção faz com que falte nutrientes para as funções fisiológicas. Muitas patologias estão envolvidas com o nosso intestino, como por exemplo, no caso das doenças auto-imunes, os pacientes sempre tem um nível de hiperpermeabilidade intestinal. Vou explicar isso um pouco melhor.

microbiota é o conjunto de microorganismos ao longo do trato gastrointestinal e ela começa a ser formada na gestação, onde há transferência bacteriana dentro do útero. A diversidade da microbiota é formada até os 3 anos de idade. Por isso é preciso cuidar muito bem do intestino da gestante desde o início da gestação. A amamentação também é fundamental para perpetuar essa diversidade microbiana, tanto através do leite materno quanto pelo contato do bebê com a pele da mãe. A nossa microbiota intestinal tem inúmeras funções: participa do metabolismo, digestão e absorção de nutrientes, metabolismo de drogas e toxinas, síntese de nutrientes (como a vitamina K, colina, ácidos graxos), proteção contra patógenos, estimula o sistema imune, mantém a integridade das células epiteliais e regula o estresse oxidativo.

Recebo muitos pacientes com problemas intestinais, principalmente a constipação, a qual tem causas multifatoriais: pode ser falta de fibras, sedentarismo, hidratação ruim, anatomia do intestino, entre outros fatores. Para o tratamento adequado deve-se considerar todos eles. Há também aqueles pacientes que tem intestino muito solto, o que também não é saudável e pode estar relacionado com intolerâncias alimentares, por exemplo.

No nosso intestino temos uma mucosa que funciona como barreira física e ela é formada por muitas células, cada uma com uma função. Essas células associadas ao muco protetor é que formam a nossa barreira intestinal, a qual tem que estar em equilíbrio para manter a integridade desta mucosa, isto inclui também a nossa microbiota, que são a bactérias que vivem no nosso intestino. Para um intestino ser considerado saudável, não basta funcionar todos os dias, ele precisa ter produção adequada de muco (que é onde as bactérias boas se alojam), microbiota equilibrada e mucosa íntegra. Essa mucosa intestinal é como se fosse uma barreira entre o nosso organismo o o meio externo, é ela que vai decidir quem entra e quem sai.

Existem células específicas do intestino que produzem substâncias antimicrobianas que controlam o crescimento de bactérias patogênicas, ou seja, impedem o seu super crescimento, para isso o intestino tem que estar saudável. Quando o intestino está alterado e a pessoa tem constipação, o trânsito intestinal é mais lento, com isso, substâncias que deveriam ser eliminadas nas fezes ficam mais tempo paradas (toxinas, hormônios, resíduos alimentares) sendo fermentadas pelas bactérias patogênicas, essas substâncias servem de substrato energético para o super crescimento dessas bactérias.

Um intestino saudável têm suas células que formam a mucosa todas unidas, quando há enfraquecimento dessa união, chamamos de hiperpermeabilidade. Com esse quadro instalado há passagem de substâncias e macromoléculas potencialmente tóxicas como: toxinas, proteínas mal digeridas, contaminantes alimentares, aditivos químicos, etc. Com o aumento da absorção dessas substâncias o sistema imunológico é acionado, gerando inflamação e possivelmente doenças auto-imunes por inflamação crônica, se o quadro não for revertido.

Os aditivos químicos presentes em produtos industrializados são os principais responsáveis por causar esse enfraquecimento na união das células intestinais. Quando associados a sacarose (açúcar), é ainda pior, pois o açúcar é o principal alimento das bactérias ruins presentes no nosso intestino. Com o supercrescimento dessas bactérias temos o que chamamos de disbiose. A disbiose é o desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins do intestino, associada a uma alteração da mucosa intestinal, causando má absorção de nutrientes. Ela é influenciada por estresse mental, emocional, físico, uso de medicamentos e alimentação. Com a má absorção de nutrientes e a absorção de substâncias nocivas há um estímulo inflamatório e imunológico. Fatores independentes da dieta podem contribuir com a disbiose.

disbiose é um estado em que microorganismos de baixa virulência se tornam patogênicos em virtude do desequilíbrio quantitativo instalado, afetando negativamente a saúde do ser humano. Ou seja, microorganismos que habitam nosso corpo, começam a crescer. Ela é causada por diversos fatores, entre eles: dieta desequilibrada (pobre em fibras e rica em aditivos químicos), problemas digestivos, intestino preso, estresse e uso abusivo de medicamentos.

As bebidas alcoólicas também prejudicam nosso intestino. O consumo excessivo de álcool está associado a mudança qualitativa e quantitativa na microbiota intestinal podendo gerar inflamação na mucosa, hiperpermeabilidade intestinal, inflamação sistêmica e danos hepáticos, incluindo a esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado). Essa esteatose hepática tem relação intensa com disbiose, pois as toxinas vão para o fígado que sobrecarregado tem dificuldade na metabolização de gorduras, contribuindo para o aumento do acúmulo de gordura no mesmo. Além disso, uma dieta excessiva em proteínas e gorduras gera disbiose e aumento da permeabilidade intestinal.

Há uma comunicação direta entre o intestino e cérebro e uma interligação com a microbiota intestinal. A disbiose e a hiperpermeabilidade (já explicadas anteriormente), aumentam a absorção de substâncias tóxicas que desencadeiam reações imunológicas, aumentando a produção de citocinas inflamatórias, as quais podem interferir na função cerebral e produção de neurotransmissores e hormônios ligados ao comportamento, que são modulados pelo intestino. A disbiose pode gerar desequilíbrio comportamental, pode influenciar diretamente nas emoções, no comportamento alimentar gerando compulsão, depressão, ansiedade e hiperatividade. Os pacientes constipados apresentam, por exemplo, níveis reduzidos de serotonina. A produção da serotonina é dependente de uma microbiota intestinal saudável.

Pode ocorrer um ciclo vicioso: os aditivos químicos reduzem a ligação entre as células intestinais, causando aumento da permeabilidade intestinal, a qual leva a disbiose. Com isso há aumento da absorção de LPS (fragmentos de bactérias), os quais causam inflamação intestinal, alterando a estrutura das células, aumentado ainda mais a permeabilidade intestinal, permitindo a passagem desses LPS para a corrente sanguínea, levando a uma inflamação sistêmica de baixo grau, a qual não consegue ser detectada por exames.

Vamos entender melhor: em um indivíduo saudável a sua microbiota é composta por bactérias nativas: gram positivas (bactérias boas) e gram negativas (bactérias patogênicas). Na ocorrência de fatores externos, como, alimentação rica em aditivos, gorduras saturadas, açúcar, medicamentos, estresse, pode ocorrer um desequilíbrio, onde há redução do crescimento das bactérias gram positivas e aumento do das gram negativas. Isso leva a uma redução da produção de ácidos graxos de cadeia curta, principalmente butirato, reduzindo assim a fonte de energia para as células intestinais, as quais não conseguem se regenerar, ficam lesionadas. Com o aumento das bactérias gram negativas, há aumento dos LPS (já explicado anteriormente), aumentando a inflamação intestinal. Se esse quadro se perpetuar há destruição da estrutura celular intestinal e absorção de LPS, toxinas e macromoléculas, gerando um quadro chamado de endotoxemia metabólica com inflamação sistêmica.

Um intestino íntegro ajuda inclusive da desintoxicação, pois a toxina não precisa chegar no fígado para ser eliminada, ela vai ser excretada pelo próprio intestino.

Essa alteração da permeabilidade intestinal pode estar relacionada com diversas doenças e sintomas como: atrite, rosácea, lupus, hashimoto, esteatose hepática, alergias e intolerâncias, doença celíaca, chron, acne, síndrome do intestino irritável, colite, déficit de atenção, hiperatividade, fadiga crônica, doenças auto-imunes.

mastigação é uma causadora de disbiose e permeabilidade intestinal alterada importante, principalmente quando falamos de proteínas. As proteínas são um aglomerado de aminoácidos que precisam ser degradados para serem absorvidos. Quando não mastigamos adequadamente, há redução da secreção salivar, das enzimas e ácidos necessários para a digestão, prejudicando o processo da mesma. Em vez de chegar aminoácidos isolados, chegarão macromoléculas mal digeridas, as quais o intestino não consegue absorver. Essas macromoléculas irritam a mucosa, causando hiperpermeabilidade, e com isso conseguem ir para a corrente sanguínea na forma de proteínas. O sistema imunológico diante disso, entende que há um antígeno e passa a produzir mais anticorpos, aumentando o risco de alergias e doenças auto-imunes. Em uma pessoa inflamada, com disbiose e alimentação ruim, esse quadro se agrava.

A deficiência de zinco também causa má digestão de proteínas, e as principais fontes de zinco são exatamente as proteínas animais, que são aquelas que a a pessoa que tem deficiência de zinco não digere direto, principalmente se não mastiga!!

Os líquidos junto com as refeições também contribuem para uma má digestão. Quanto mais líquidos, maior tem que ser a produção de ácido e os indivíduos com disbiose já produzem menos ácido clorídrico. O líquido junto com a refeição dilui o suco digestivo, aumentado o PH intestinal, fazendo com que os alimentos sejam mal digeridos, gerando macromoléculas que agridem a mucosa causando hiperpermebilidade.

Os antibióticos são indutores de disbiose. Toda pessoa que toma antibiótico tem algum grau de disbiose e tem que tratar esse intestino. A inflamação, o uso de antibióticos e padrões alimentares (alto consumo de industrializados, gordura trans, gordura saturada, baixo consumo de fibras e fitoquímicos) afetam a microbiota de maneira independente.
Para recuperação dessas células o tratamento nutricional é fundamental, e deve incluir a suplementação de glutamina, ômega 3 e vitamina D. Os probióticos irão colonizar temporariamente o intestino e os prébioticos servirão para estimular o crescimento das bactérias nativas.

Fazer a dieta de segunda a sexta-feira e não se preocupar com alimentação equilibrada no final de semana, prejudica o tratamento da disbiose. Não adianta ficar alternando padrão alimentar, isso só piora o quadro. Sabe aquela mania de fazer a dieta certinha durante a semana e no final de semana esquecer que ela existe e comer tudo errado? Isso prejudica do seu intestino!! Segundo alguns estudos, é necessário 1 ano de dieta equilibrada e adequada para corrigir a microbiota intestinal!

Diante de tudo isso posso dizer que a principal fonte de ajuda para o intestino vem diretamente da alimentação, a qual será suprimento para nossa microbiota se manter saudável. A alimentação adequada ajuda no crescimento das boas bactérias, assim como uma alimentação errada será fonte de energia para as bactérias patogênicas, as quais também habitam o nosso intestino. Algumas vezes só alimentação não basta, uma suplementação com probióticos, prébioticos, antioxidantes, enzimas, vitaminas e minerais se faz necessária.

Por todas essas informações citadas neste post é que reforço a importância de uma consulta com nutricionista, para que sua alimentação e suplementação estejam alinhadas com a saúde do seu intestino!!

Um abraço e até a próxima!