29 de outubro de 2014

ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARTE 5 - FASE PRÉ-ESCOLAR

Olá Pessoal!


Vamos continuar o mês das crianças falando sobre a fase pré-escolar, a qual encontra-se meu filho também!! 

A infância é uma fase de grande importância para estabelecer hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios físicos, que ajudam a desenvolver habilidades, autoconfiança e auto-estima. Muitas crianças não consomem quantidades apropriadas de frutas e vegetais e ainda ingerem muito açúcar, gorduras, colesterol e sódio, o que pode aumentar a incidência da obesidade e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, alguns tipos de câncer e osteoporose na vida adulta. A boa alimentação previne a desnutrição e a deficiência no crescimento, assim como outros problemas dessa fase, como anemia ferropriva e cárie dentária.

As crianças que não têm acesso a uma dieta balanceada podem apresentar certa limitação intelectual ou até mesmo déficit de atenção, pois a capacidade de aprendizado é influenciada diretamente pela nutrição.

 A alimentação balanceada e um estilo de vida ativo devem ter início ainda na infância e se manterem durante toda a vida, para que se possam garantir bons resultados na vida adulta.

O período pré-escolar compreende crianças de 2 a 6 anos. Nesta fase inicia-se o vínculo entre as crianças e os alimentos, sendo ele o responsável pelo início dos hábitos alimentares. O pré-escolar é considerado formador e opinião, pois transmite aos pais e familiares seus novos conhecimentos, solicitando sempre uma atitude por parte destes. Também é um momento decisivo em termos de formação de hábitos alimentares que tendem a se solidificar na vida adulta. Por isso é importante estimular o consumo de uma alimentação variada e equilibrada o mais precocemente possível. 

É o momento de estimular a criança a se alimentar sozinha, fazendo suas refeições em local adequado e sempre que possível junto com os demais familiares. Incentivá-la a ingerir alimentos variados, evitando a monotonia da dieta e permitindo que a criança identifique o sabor, a cor e a textura de cada um. É comum a aceitação de certos alimentos após a rejeição nas primeiras tentativas. É um processo natural da criança em conhecer novos sabores e texturas. 

A quantidade de alimentos consumidos em uma refeição por crianças de um a seis anos é pequena devido à limitada capacidade de armazenamento do estômago. Por isso, é importante a administração de várias pequenas refeições ao dia, incluindo lanches intermediários.

Durante o primeiro ano de vida, os ganhos médios de peso e altura são três vezes maiores do que no segundo ou terceiro anos. O apetite da criança diminui após o primeiro ano por causa da redução da energia necessária relativa ao peso, ou seja, ele cresce mais lentamente e ganha menos peso. Apesar da redução na taxa de crescimento, aumenta a necessidade de proteínas, vitaminas e minerais.

Nessa fase, a imaginação, a curiosidade e o desejo de explorar novidades são maiores. As preferências e aversões alimentares tornam-se marcantes e o alimento começa a adquirir um significado social. Por isso, os pais ou responsáveis não têm somente a obrigação de oferecer alimentos adequados para suprir as necessidades, mas também devem estabelecer uma atmosfera agradável em torno da alimentação, para que a criança desenvolva uma atitude positiva, com hábitos alimentares saudáveis.

Geralmente as temperaturas extremas não são aceitas pelas crianças, preferindo-se temperatura morna. A apresentação do alimento é extremamente importante para a sua aceitação.

O local físico da refeição é tão importante quanto à atmosfera emocional, devendo ser agradáveis para a criança. Mesas e cadeiras do tamanho infantil são ideais. Se a criança come numa mesa comum, o ideal é que se utilize um "cadeirão" que a posicione confortavelmente. Quanto aos utensílios, as tigelas, pratos e copos devem ser inquebráveis e pesados o suficiente para resistir às quedas.

Crianças pequenas geralmente não comem bem se estão cansadas e suas necessidades devem ser consideradas quando as refeições e os momentos de lazer são planejados. Assim, uma atividade calma ou repouso após a refeição leva a uma refeição relaxada, prazerosa. Porém, para estimular um bom apetite, as crianças precisam de atividades motoras e tempo ao ar livre.

É geralmente nesta idade pré-escolar que começam a aparecer os principais problemas alimentares das crianças.  Para se evitar o surgimento do principal problema que ocorre nesta fase, a inapetência comportamental, algumas regras devem ser seguidas:

-          Respeitar as preferências individuais (se houver recusa, substituir por outro alimento do mesmo grupo);

-         Respeitar as recusas a determinados alimentos, mas não desistir de oferecer o alimento, em alguma próxima ocasião;

-          Se a criança recusar a refeição, oferecer a mesma refeição mais tarde, mas não substituí-la;

-      Não oferecer a comida diante da televisão, para que a criança se concentre na refeição;

-        Não enganar a criança dizendo que um alimento tem o mesmo sabor que outro que ela goste (como por exemplo, espinafre tem gosto de chocolate);

-       Não supervalorizar os alimentos e não fazer chantagens diante das recusas, recompensando a criança caso ela coma uma verdura, por exemplo;

-        Oferecer as refeições com intervalos de 2 a 3 horas, mas sempre os respeitando, com um fracionamento máximo de 6 refeições por dia;

-          Intercalar frutas e doces como sobremesa, sendo o mínimo possível de doces;

-         Restringir líquidos durante as refeições;

-        Colocar limites, mas não impor regras muito rigorosas, pois isto pode impedir que a criança desenvolva seu autocontrole fisiológico.

Abaixo segue um esquema dos grupos alimentares e quantidades diárias a serem consumidas por crianças de um a seis anos:

 PÃES, CEREAIS, GRÃOS, MASSAS E TUBÉRCULOS (de preferência sempre integrais): 6 porções.

     FRUTAS E VEGETAIS (sempre que possível orgânicos): 3 porções ou mais

·    LEITE E DERIVADOS: 3 porções

·    CARNES (BRANCA OU VERMELHA), OVOS: 2 porções

·    GORDURAS BOAS E ÓLEOS VEGETAIS: 3 porções.

TAMANHO DAS PORÇÕES – 1 A 3 ANOS

GRUPO
ALIMENTO
QUANTIDADE
Grãos e cereais
Pães integrais
Biscoitos integrais
Cereais matinais integrais
Cereais cozidos e massas
Grãos
½ fatia
2 a 3 unidades
½ xícara de chá
¼ a 1/3 de xícara de chá
1 a 3 col. sopa
Frutas
Picadas
Suco
Inteiros
½ xícara de chá
50 a 60 ml
¼ a ½ unidade
Vegetais
Picados ou cozidos
¼ de xícara de chá
Leite e derivados
Leite, iogurte
Queijos brancos
80 ml
1 fatia pequena
Carnes ou ovos
Carnes

Ovos
1 a 2 colheres de sopa ou 30 a 60 gramas
1 unidade
Gorduras ou óleos

1  col. sopa
  
TAMANHO DAS PORÇÕES – 4 A 6 ANOS

GRUPO
ALIMENTO
QUANTIDADE
Grãos e cereais
Pães integrais
Biscoitos integrais
Cereais matinais integrais
Cereais cozidos e massas
Grãos
1 fatia
3 a 4 unidades
1/2 xícara de chá
1/2 de xícara de chá
2 a 4 col. sopa
Frutas
Picadas
Suco
Inteiros
½ xícara de chá
80 ml a 100ml
1/3 a ½ unidade
Vegetais
Picados ou cozidos
1/2 de xícara de chá
Leite e derivados
Leite, iogurte
Queijos brancos
120 ml
1 fatia média
Carnes ou ovos
Carnes

Ovos
4 a 5 colheres de sopa ou 60 a 90 gramas
1 unidade
Gorduras ou óleos

1  col. sopa



As guloseimas não estão proibidas, mas elas devem aparecer somente em ocasiões especiais, como festas, passeios, etc. Evite oferecê-las no dia a dia. Os alimentos industrializados devem ser evitados o máximo possível, mantendo uma alimentação mais natural, sem corantes e conservantes.

Quem me conhece e/ou me acompanha nas redes sociais sabe que meu filho não é o exemplo de criança "filho de nutricionista", assim como vocês, tenho grandes dificuldades em fazê-lo comer tudo aquilo que ele precisa. Mas sempre me dedico a incentivar e oferecer várias vezes os alimentos saudáveis e necessários para sua saúde. Criatividade e paciência são fundamentais. Mas o mais importante: O EXEMPLO É TUDO!! Não adianta querer que o filho coma verduras, legumes e frutas se os pais não comem! A alimentação equilibrada e saudável deve fazer parte da vida da FAMÍLIA!

No próximo post vou colocar algumas sugestões de lanchinhos e algumas receitas para a criançada desta fase. Não percam!

Um abraço e até a próxima!

15 de outubro de 2014

ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARTE 4 - RECEITAS

Olá Pessoal!


Como prometido aqui estão algumas receitinhas para facilitar as mamães na hora de introduzir os alimentos para seus bebês! Espero que gostem!!

Papa de mandioca, espinafre, cenoura e frango

Ingredientes:
  • 1 mandioca pequena (150g)
  • 2 col. sopa de espinafre picado
  • 2 col. sopa de ervilha fresca
  • ½ col. (chá) de sal
  • Água
  • ½ cenoura
  • 1 colher chá de cebola picada
  • 1 tomate
  • 1 col. (sobremesa) de óleo vegetal

Preparo:
Descascar a mandioca e cortá-la em pedaços pequenos. Picar a cenoura. Colocar o óleo em uma panela pequena e refogar a cebola e o tomate. Acrescentar o frango e refogar. Colocar os pedaços de mandioca, a cenoura e a ervilha; acrescentar dois copos de água e o tempero. Deixar cozinhar até a mandioca ficar macia. Antes da água secar, adicionar o espinafre picado. Quando a papa estiver com consistência pastosa com pouca água, desligar.

Papa de feijão, arroz, couve e carne moída

Ingredientes:
  • 1 concha de feijão cozido
  • 2 col. (sopa) de carne moída
  • ½ abobrinha
  • 1 col. (sobremesa) de óleo vegetal
  • ½ col. (chá) de sal
  • 4 col. (sopa) de arroz
  • ½ folha de couve
  • Água
  • 1 col. (sopa) de cebolinha e salsinha picadas.

Preparo:
Pique a couve. Refogue no óleo o alho e a carne. Acrescentar o feijão já cozido e água. Acrescentar o arroz, a abobrinha e o tempero, deixar cozinhar até que o arroz esteja macio. Acrescentar a couve e cozinhar mais um pouco até a água quase secar. Quando estiver com consistência pastosa e pouca água, amassar com um garfo.

Papa de batata, quinoa, abobrinha, escarola e gema de ovo

Ingredientes:
  • 2 batatas
  • 1 col. (sobremesa) de óleo vegetal
  • 1 gema de ovo caipira
  • 2 col. (sopa) de escarola picada
  • ½ col. (chá) de sal
  • ½ abobrinha
  • 2 col. (sopa) de quinoa em grãos
  • 1 col. (chá) de cebola picada  
  • Água

Preparo:
Em uma panela, refogar a cebola. Acrescentar a batata, a abobrinha, quinoa, gema de ovo e escarola. Colocar água e o tempero. Deixar cozinhar até que fique em consistência pastosa e com pouca água. Amassar bem.

Papa de mandioquinha, lentilha, agrião e frango

Ingredientes:
  • 2 col. (sopa) de frango desfiado
  • 1 dente de alho
  • Água
  • ½ col. (chá) de sal
  • 1 mandioquinha média
  • 2 col. (sopa) de lentilha
  • 3 ramos de agrião
  • 1 col. (sobremesa) de óleo vegetal

Preparo:
Em uma panela refogar o alho. Acrescentar o frango, a lentilha e o tempero com água suficiente para cozinhar por 15 minutos. Acrescentar a mandioquinha, acertar a água para cozinhar mais 10 minutos. Acrescentar o agrião e cozinhar até que fique em consistência pastosa e com pouca água. Amassar bem.

Papa de inhame, almeirão, vagem e carne

Ingredientes:
  • 1 inhame médio
  • 2 col. (sopa) de ervilha fresca
  • Água
  • 1 col. (sobremesa) de óleo vegetal
  • ½ col. (chá) de sal
  • 2 col. (sopa) de carne moída
  • 2 folhas de almeirão
  • 2 col. (sopa) de vagem picada
  • 1 col. (chá) de cebola picada

Preparo:
Refogar a cebola. Acrescentar a carne moída e o inhame. Colocar água e tempero, cozinhando por 15 minutos. Acrescentar os demais ingredientes, acertando a água. Deixar cozinhar até ficar em consistência pastosa. Amassar bem.

Papa de carne, fubá e couve

Ingredientes:
  • 2 colheres (sopa) de carne moída
  • 1 colher (sobremesa) de óleo vegetal
  • 1 colher (chá) de cebola ralada
  • 4 colheres (sopa) de farinha de milho
  • ½ folha de couve manteiga picadinha
  • 1 colher (chá) de sal

Preparo:
Em uma panela pequena, refogar a cebola e a carne no óleo. Acrescentar dois copos de água (400 a 500 ml) e o fubá. Deixar cozinhar, sem parar de mexer, até que o caldo fique bem encorpado. Juntar a couve picada e cozinhar por mais cinco minutos em fogo brando.

Papa de feijão, espinafre e macarrão integral

Ingredientes:
  • 1 concha de caldo de feijão cozido e temperado
  • 2 colheres (sopa) de macarrão integral bem quebrado
  • 1 colher (sopa) de espinafre picadinho

Preparo:
Em uma panela pequena, cozinhar o macarrão em água (1 copo 200ml) e no caldo de feijão. Deixar cozinhar em fogo brando até começar a engrossar. Acrescente o espinafre, e deixe no fogo baixo por mais alguns minutos.

Papa de batata, cenoura e fígado

Ingredientes:
  • 40 g de fígado
  • 3 batatas médias
  • ½ cenoura
  • ½ colher de café de sal
  • 1 colher (sobremesa) de óleo vegetal
  • 1 colher (chá) de cebola picadinha
  • 2 copos de água

Preparo:
Em uma panela pequena, refogar a cebola e o fígado. Acrescentar a batata e a cenoura picadas, o sal e a água. Tampar. Deixar cozinhar até que os ingredientes estejam macios e quase sem água.

Papa de batata doce, abobrinha e frango

Ingredientes:
  • 50g de peito de frango picadinho
  • 1 colher sobremesa de óleo vegetal
  • 1 colher (chá) de cebola picadinha
  • 1 unidade média de batata doce (150g)
  • ½ abobrinha pequena
  • ½ colher (chá) de sal

Preparo:
Em uma panela pequena, refogar a cebola e o frango. Acrescentar a batata doce e a abobrinha. Colocar o sal e a água. Tampar. Deixar cozinhar até que os ingredientes estejam macios e quase sem água. 

Fontes: Carreiro, 2010; Vitolo, 2003

 Um abraço e até a próxima!

6 de outubro de 2014

ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARTE 3 - INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Olá Pessoal!!


Dando continuidade ao mês das crianças, o assunto de hoje é introdução alimentar!!

A partir dos seis meses a amamentação não supre totalmente as necessidades nutricionais do bebê, com isso a introdução dos alimentos é necessária. Porém o aleitamento não deve parar, sendo ele leite materno ou fórmulas infantis. 

As práticas alimentares no primeiro ano de vida são um marco importante na formação dos hábitos da criança. 

A introdução de alimentos para crianças em aleitamento materno exclusivo só deverá ser realmente feita aos seis meses, pois o sistema digestivo estará mais apto a aceitar novos alimentos, além de uma maturidade neurológica melhor para deglutir alimentos não líquidos. Se a alimentação for através de leite artificial, deve ser feita uma avaliação de cada caso, mas geralmente a introdução de novos alimentos se inicia a partir dos quatro meses, mas jamais antes disso. 

A partir dos seis meses, a criança não apresenta mais o reflexo de protrusão da língua, o que facilita a ingestão de alimentos semi-sólidos, produz enzimas digestivas em quantidades suficientes para essa nova fase, e, quando sentada, o pescoço não tomba mais, facilitando a alimentação oferecida por colher.

O período de introdução da alimentação também é acompanhado de mudanças metabólicas. Nessa fase os alimentos são introduzidos gradualmente até que a criança possa consumir a mesma alimentação da família. Essa transição é caracterizada pela diminuição da porcentagem de gordura na alimentação, aumento de proteínas e carboidratos, consequentemente, por adaptações do metabolismo energético, que resulta em ativação de diferentes rotas metabólicas.

O primeiro ano de vida é caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, o que pede uma maior disponibilidade de energia e nutrientes!

A necessidade adequada de energia para o bebê é composta pela ingestão que se estima ser suficiente para garantir o balaço energético em um nível compatível com o desenvolvimento, crescimento e saúde. 

Os sabores e aromas de alimentos consumidos pela mãe são transmitidos para os bebês durante a gestação e através do leite materno. Geralmente os bebês que mamam no peito aceitam melhor os alimentos. Assim como a amamentação, a introdução de alimentos deve ser a continuação de uma ato de afetividade, é uma nova fase no início da vida da criança.

O comportamento alimentar dos pais reflete na alimentação da criança. As crianças aceitam com maior facilidade os alimentos que são naturalmente disponíveis nas refeições da família. A rejeição inicial a certos sabores requer mais paciência e insistência até que o bebê se acostume. É um processo natural, estranhar uma textura, consistência, sabor diferentes do leite. A criança deve ser exposta ao alimento de 10 a 15 vezes para a aceitação real do mesmo. 

As crianças normalmente conseguem adequar a quantidade  de alimentos de acordo com a sua necessidade energética, Elas não precisam de grande quantidade por refeição. É importante oferecer várias vezes ao dia, em pequena quantidades, mantendo a qualidade das refeições. 

A alimentação da criança deve ser o mais natural possível, deve se evitar qualquer tipo de produto industrializado, com aditivos químicos de qualquer espécie. Manter horários regulares também é muito importante, mas a vontade da criança deve ser considerada.

Antes de introduzir novos alimentos para o bebê deve-se pesquisar a história pessoal e familiar de alergias. A introdução alimentar é um período delicado, e deve ser feito de forma gradativa. 

Os alimentos devem ser introduzidos um de cada vez. Só deve ser testado um novo alimento quando o bebê estiver bem. Sempre que um alimento novo for oferecido pela primeira vez, a quantidade deve ser pequena e é importante observar se não houve reação após três ou quatro dias. Não misturar muitos alimentos de uma só vez, variar entre eles é melhor, permite que o bebê se acostume a diferentes alimentos. 

As refeições devem ser feitas em ambiente calmo. Com paciência e muito amor!

 Existem alimentos que têm um potencial alergênico maior, os quais devem ser introduzidos somente após o primeiro ano: leite de vaca e derivados, leite de cabra, soja, trigo, amendoim, clara de ovo, frutos do mar, oleaginosas, frutas cítricas e em alguns casos o milho. Se a criança for filha de pais alérgicos, introduzir os alimentos mais alergênicos somente após o segundo ano de vida. Esse cuidado é em função de não sensibilizar a criança e predispor a mesma a formação de anticorpos de memória contra uma macromolécula proteica formada por exposição repetida, podendo tornar a criança sensível a esse alimento.

O inicio da introdução deve ser feita por papas de frutas, que devem ser oferecidas no período da manhã, entre a primeira e segunda mamada. Qualquer fruta pode ser utilizada, desde que a criança aceite e não tenha nenhuma reação alérgica. As frutas devem ser oferecidas sem casca, bem lavadas, raspadas ou amassadas (não passar no liquidificador), tomando cuidado para não ter pedaços. Não há necessidade de adoçá-las, não utilize açúcar, e o mel só dever ser oferecido após um ano. É importante que a criança reconheça o sabor natural dos alimentos.

Após alguns dias, ofereça a papa de frutas também no lanche da tarde. Podem ser oferecidos sucos de frutas  nesses horários.

A papa salgada deve ser introduzida mais ou menos 15 dias após o início da papa de frutas. Deve ser na hora do almoço. Ofereça inicialmente uma papa de legumes (abobrinha, chuchu, abóbora, cenoura) com um carboidrato (mandioquinha, cará, inhame, batata, batata doce, arroz) em em pequena quantidade,vá aumentando conforme aceitação. As verduras entram no cardápio gradativamente. Após alguns dias acrescente os grãos (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), depois as carnes, frango, gema de ovo. Sempre amassados ou peneirados, jamais batidos! As carnes podem ser desfiadas ou moídas. 

Utilize o sal em pouca quantidade, pouca mesmo!! Prefira sempre os temperos naturais: ervas, alho, cebola, mas também pouco! O azeite de oliva extra virgem deve ser adicionado na hora de servir, uma colher de café é o suficiente. Para refogar pode-se utilizar o azeite ou óleo vegetal de sua preferência. 

A papa deve conter pelo menos um alimento de cada grupo alimentar para fornecer os diferentes nutrientes que a criança precisa. É muito importante rodiziar os alimentos, não dar sempre a mesma coisa. 

Vamos reforçar os grupos alimentares que devem estar presentes na papa salgada:

Carboidratos: arroz, batata, inhame, mandioquinha, cará
Proteínas: carne vermelha, frango, gema de ovo
Legumes: abobrinha, cenoura, abóbora, chuchu
Verduras: folhas verdes escuras- espinafre, couve, escarola, almeirão, brócolis, couve-flor
Grãos: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico.

Após alguns dias deve-se introduzir a papa salgada no jantar, substituindo a mamada deste horário. A mesma papa do almoço pode ser oferecida no jantar, variando os alimentos a cada dia. Não há necessidade de colocar mais de um alimento do mesmo grupo alimentar. 

Por volta dos oito meses o esquema alimentar da criança deve ser mais ou menos assim: leite, fruta ou suco de fruta no lanche da manhã, papa salgada no almoço, leite, papa de fruta no lanche da tarde, papa salgada no jantar, leite. 

A hidratação é fundamental! Ofereça água aos poucos durante o dia todo. 

Atenção, os alimentos a seguir estão proibidos pelo menos até o primeiro ano de vida: açúcar, doces, café, enlatados, embutidos, frituras, refrigerantes, salgadinhos, guloseimas, corantes e conservantes. 

Fonte: Carreiro, 2010; Vitolo, 2003.

No próximo post colocarei algumas receitinhas para facilitar a vida da mamães!!! Não percam!!

Um abraço e até o próximo post!