Vamos continuar o mês das crianças falando sobre a fase pré-escolar, a qual encontra-se meu filho também!!
A infância é uma fase de grande importância para
estabelecer hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios
físicos, que ajudam a desenvolver habilidades, autoconfiança e auto-estima.
Muitas crianças não consomem quantidades apropriadas de frutas e vegetais e
ainda ingerem muito açúcar, gorduras, colesterol e sódio, o que pode aumentar a
incidência da obesidade e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
hipertensão, alguns tipos de câncer e osteoporose na vida adulta. A boa
alimentação previne a desnutrição e a deficiência no crescimento, assim como
outros problemas dessa fase, como anemia ferropriva e cárie dentária.
As
crianças que não têm acesso a uma dieta balanceada podem apresentar certa
limitação intelectual ou até mesmo déficit de atenção, pois a capacidade de
aprendizado é influenciada diretamente pela nutrição.
A
alimentação balanceada e um estilo de vida ativo devem ter início ainda na
infância e se manterem durante toda a vida, para que se possam garantir bons
resultados na vida adulta.
O período pré-escolar compreende crianças de 2 a 6 anos. Nesta fase inicia-se o vínculo entre as crianças e os alimentos, sendo ele o responsável pelo início dos hábitos alimentares. O pré-escolar é considerado formador e opinião, pois transmite aos pais e familiares seus novos conhecimentos, solicitando sempre uma atitude por parte destes. Também é um momento decisivo em termos de formação de hábitos alimentares que tendem a se solidificar na vida adulta. Por isso é importante estimular o consumo de uma alimentação variada e equilibrada o mais precocemente possível.
É o momento de estimular a criança a se alimentar sozinha, fazendo suas refeições em local adequado e sempre que possível junto com os demais familiares. Incentivá-la a ingerir alimentos variados, evitando a monotonia da dieta e permitindo que a criança identifique o sabor, a cor e a textura de cada um. É comum a aceitação de certos alimentos após a rejeição nas primeiras tentativas. É um processo natural da criança em conhecer novos sabores e texturas.
A
quantidade de alimentos consumidos em uma refeição por crianças de um a seis anos é pequena devido à limitada capacidade de armazenamento do estômago. Por
isso, é importante a administração de várias pequenas refeições ao dia,
incluindo lanches intermediários.
Durante
o primeiro ano de vida, os ganhos médios de peso e altura são três vezes
maiores do que no segundo ou terceiro anos. O apetite da criança diminui após o
primeiro ano por causa da redução da energia necessária relativa ao peso, ou
seja, ele cresce mais lentamente e ganha menos peso. Apesar da redução na taxa
de crescimento, aumenta a necessidade de proteínas, vitaminas e minerais.
Nessa fase, a imaginação, a curiosidade e o desejo de
explorar novidades são maiores. As preferências e aversões alimentares
tornam-se marcantes e o alimento começa a adquirir um significado social. Por
isso, os pais ou responsáveis não têm somente a obrigação de oferecer alimentos
adequados para suprir as necessidades, mas também devem estabelecer uma
atmosfera agradável em torno da alimentação, para que a criança desenvolva uma
atitude positiva, com hábitos alimentares saudáveis.
Geralmente as temperaturas
extremas não são aceitas pelas crianças, preferindo-se temperatura morna. A
apresentação do alimento é extremamente importante para a sua aceitação.
O local físico da refeição é tão
importante quanto à atmosfera emocional, devendo ser agradáveis para a criança.
Mesas e cadeiras do tamanho infantil são ideais. Se a criança come numa mesa
comum, o ideal é que se utilize um "cadeirão" que a posicione confortavelmente.
Quanto aos utensílios, as tigelas, pratos e copos devem ser inquebráveis e
pesados o suficiente para resistir às quedas.
Crianças pequenas geralmente não
comem bem se estão cansadas e suas necessidades devem ser consideradas quando
as refeições e os momentos de lazer são planejados. Assim, uma atividade calma
ou repouso após a refeição leva a uma refeição relaxada, prazerosa. Porém, para
estimular um bom apetite, as crianças precisam de atividades motoras e tempo ao
ar livre.
É geralmente nesta idade pré-escolar
que começam a aparecer os principais problemas alimentares das crianças. Para se evitar o surgimento do principal
problema que ocorre nesta fase, a inapetência comportamental, algumas regras devem
ser seguidas:
-
Respeitar
as preferências individuais (se houver recusa, substituir por outro alimento do
mesmo grupo);
- Respeitar
as recusas a determinados alimentos, mas não desistir de oferecer o alimento,
em alguma próxima ocasião;
-
Se
a criança recusar a refeição, oferecer a mesma refeição mais tarde, mas não
substituí-la;
- Não
oferecer a comida diante da televisão, para que a criança se concentre na
refeição;
- Não
enganar a criança dizendo que um alimento tem o mesmo sabor que outro que ela
goste (como por exemplo, espinafre tem gosto de chocolate);
- Não
supervalorizar os alimentos e não fazer chantagens diante das recusas,
recompensando a criança caso ela coma uma verdura, por exemplo;
- Oferecer
as refeições com intervalos de 2
a 3 horas, mas sempre os respeitando, com um
fracionamento máximo de 6 refeições por dia;
-
Intercalar
frutas e doces como sobremesa, sendo o mínimo possível de doces;
- Restringir
líquidos durante as refeições;
- Colocar
limites, mas não impor regras muito rigorosas, pois isto pode impedir que a
criança desenvolva seu autocontrole fisiológico.
Abaixo
segue um esquema dos grupos alimentares e quantidades diárias a serem
consumidas por crianças de um a seis anos:
PÃES, CEREAIS,
GRÃOS, MASSAS E TUBÉRCULOS (de preferência sempre integrais): 6 porções.
FRUTAS E
VEGETAIS
(sempre que possível orgânicos): 3 porções ou mais
· LEITE E
DERIVADOS:
3 porções
· CARNES
(BRANCA OU VERMELHA), OVOS: 2 porções
· GORDURAS BOAS E
ÓLEOS VEGETAIS: 3
porções.
TAMANHO DAS
PORÇÕES – 1 A 3 ANOS
GRUPO
|
ALIMENTO
|
QUANTIDADE
|
Grãos e cereais
|
Pães integrais
Biscoitos integrais
Cereais matinais integrais
Cereais cozidos e massas
Grãos
|
½ fatia
2 a 3 unidades
½ xícara de chá
¼ a 1/3 de xícara de chá
1 a 3 col. sopa
|
Frutas
|
Picadas
Suco
Inteiros
|
½ xícara de chá
50 a 60 ml
¼ a ½ unidade
|
Vegetais
|
Picados ou cozidos
|
¼ de xícara de chá
|
Leite e
derivados
|
Leite, iogurte
Queijos brancos
|
80 ml
1 fatia pequena
|
Carnes ou
ovos
|
Carnes
Ovos
|
1 a 2 colheres de sopa ou 30 a 60 gramas
1 unidade
|
Gorduras ou
óleos
|
|
1 col.
sopa
|
TAMANHO DAS
PORÇÕES – 4 A 6 ANOS
GRUPO
|
ALIMENTO
|
QUANTIDADE
|
Grãos e cereais
|
Pães integrais
Biscoitos integrais
Cereais matinais integrais
Cereais cozidos e massas
Grãos
|
1 fatia
3 a 4 unidades
1/2 xícara de chá
1/2 de xícara de chá
2 a 4 col. sopa
|
Frutas
|
Picadas
Suco
Inteiros
|
½ xícara de chá
80 ml a 100ml
1/3 a ½ unidade
|
Vegetais
|
Picados ou cozidos
|
1/2 de xícara de chá
|
Leite e
derivados
|
Leite, iogurte
Queijos brancos
|
120 ml
1 fatia média
|
Carnes ou
ovos
|
Carnes
Ovos
|
4 a 5 colheres de sopa ou 60 a 90 gramas
1 unidade
|
Gorduras ou
óleos
|
|
1 col.
sopa
|
As guloseimas não estão proibidas, mas elas devem aparecer somente em ocasiões especiais, como festas, passeios, etc. Evite oferecê-las no dia a dia. Os alimentos industrializados devem ser evitados o máximo possível, mantendo uma alimentação mais natural, sem corantes e conservantes.
Quem me conhece e/ou me acompanha nas redes sociais sabe que meu filho não é o exemplo de criança "filho de nutricionista", assim como vocês, tenho grandes dificuldades em fazê-lo comer tudo aquilo que ele precisa. Mas sempre me dedico a incentivar e oferecer várias vezes os alimentos saudáveis e necessários para sua saúde. Criatividade e paciência são fundamentais. Mas o mais importante: O EXEMPLO É TUDO!! Não adianta querer que o filho coma verduras, legumes e frutas se os pais não comem! A alimentação equilibrada e saudável deve fazer parte da vida da FAMÍLIA!
No próximo post vou colocar algumas sugestões de lanchinhos e algumas receitas para a criançada desta fase. Não percam!