26 de setembro de 2014

ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARTE 1

Olá Pessoal!



Quem me acompanha nas redes sociais sabe o quanto eu me dedico a melhorar a alimentação do meu filho, o que não é nada fácil! Pensando nisso, resolvi compartilhar com vocês algumas orientações para a alimentação das crianças, afinal o que elas comem hoje será determinante para a sua saúde na vida adulta, além de contribuir para um desenvolvimento adequado.

Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, são caracterizados por crescimento acelerado e enormes aquisições no processo de desenvolvimento, incluindo habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos, além do leite materno, e no autocontrole do processo de ingestão de alimentos, para atingir o padrão alimentar do adulto.

 Essas considerações podem ser confirmadas quando observamos que uma criança cresce, em média, 25 cm no primeiro ano de vida e 12 cm no segundo ano, passando a partir dos 3 anos, a crescer 5 a 7 cm por ano.  Associado a esse crescimento físico, a criança vai adquirindo capacidades psicomotoras e neurológicas que podem ser observadas a cada mês. Esse processo é rápido de modo que nos 4-5 meses de idade já sustenta a cabeça e com seis meses é capaz de sentar sem apoio. Assim, torna-se inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma vez que deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto á prática alimentar podem, não só levar a prejuízos imediatos na saúde da criança, elevando a morbimortalidade infantil, como também deixar seqüelas futuras como retardo no crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas.

Vou dividir o assunto em alguns posts, para que não fiquem longos e cansativos. A primeira parte será sobre o primeiro alimento que a criança deve receber:  O LEITE MATERNO!

ATENÇÃO= DAR SOMENTE LEITE MATERNO ATÉ SEIS MESES, SEM OFERECER ÁGUA, CHÁS OU QUALQUER OUTRO ALIMENTO.

O leite dos primeiros dias pós-parto, chamado de colostro, é produzido em pequena quantidade e é o leite ideal nos primeiros dias de vida, principalmente se o bebê for prematuro, pelo seu alto teor de proteínas.

O leite materno contém tudo o que o bebê necessita até o 6º mês de vida, inclusive água. Assim, a oferta de chás e água é desnecessária, e pode prejudicar a sucção do bebê, fazendo com que este mame menos leite materno, pois o volume desses líquidos irá substituí-lo. Esses representam um meio de contaminação que podem aumentar os riscos de doenças. A oferta desses líquidos em chuquinhas ou mamadeiras faz com que o bebê engula mais ar (aerofagia) propiciando desconforto abdominal, pela formação de gases, e conseqüentemente, cólicas no bebê. Além disso, instala-se a confusão de bicos na hora de mamar no peito, dificultando a pega correta da mama pelo bebê.

A pega errada vai prejudicar o esvaziamento total da mama, impedindo que o bebê mame o leite posterior (leite do final da mamada) que é rico em gordura, diminuindo a saciedade e encurtando os intervalos entre as mamadas. Assim, a mãe pode pensar que seu leite é insuficiente e fraco. Esses intervalos mais curtos entre as mamadas levam ao aumento da fermentação da lactose (açúcar do leite), agravando as cólicas do bebê.

O leite materno é um veículo de comunicação entre o sistema imune materno e infantil. Ele é considerado a única forma correta de nutrição para o lactente. As propriedades do leite materno propiciam a transição da vida intrauterina à vida fora da barriga da mãe. Oferece uma diversidade de substâncias bioativas para o bebê durante a fase de desenvolvimento do cérebro, sistema imunológico e gastrointestinal. 

O leite materno é o alimento mais perfeito! Sua composição é específica para as necessidades nutricionais do ser humano. Ele é rico em gorduras, proteínas, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e imunoglobulinas que protegem contra várias doenças. É rico em leucócitos e antiocorpos que protegem o bebê contra infecções, possui fatores de crescimento que aceleram a maturação intestinal, além de prevenir alergias e intolerâncias. 

O QUE A MÃE DEVE SABER:

- O leite materno contém a quantidade de água suficiente para as necessidades do bebê, mesmo em climas muito quentes.

- A oferta de água, chás ou qualquer outro alimento sólido ou líquido, aumenta a chance do bebê adoecer, além de substituir o volume do leite materno a ser ingerido, que é mais nutritivo.

- O tempo para esvaziamento da mama, depende de cada bebê, há aquele que consegue fazê-lo em poucos minutos e aquele que o faz em trinta minutos ou mais.

- Ao amamentar: a mãe não deve ficar cansada, as costas precisam estar apoiadas em um sofá ou poltrona e o bebê apoiado sobre o colo materno. O uso de almofadas ou travesseiros pode ser útil. Ela não deve sentir dor, se isso estivar ocorrendo, significa que a pega está errada.

- A mãe que amamenta deve beber, no mínimo 1 litro de água pura diariamente e estimular o bebê a sugar corretamente e com mais freqüência (inclusive durante á noite).

SINAIS INDICATIVOS DE QUE A CRIANÇA ESTÁ MAMANDO DE FORMA ADEQUADA:

Boa posição:
- O pescoço do bebê está ereto ou um pouco curvado para trás, sem estar distendido;
- O corpo da criança está voltado para o corpo da mãe;
- A barriga do bebê está encostada na barriga da mãe;
- Todo o corpo do bebê recebe sustentação;
- O bebê e mãe devem estar confortáveis.
Boa pega:
- A boca está bem aberta;
- O queixo está tocando o seio;
- Lábio inferior virado para fora;
- Há mais aréola visível acima da boca do que abaixo;
- Ao amamentar, a mãe não sente dor no mamilo.

A produção adequada de leite vai depender predominantemente da sucção do bebê (pega correta, freqüência das mamadas), que estimula os níveis de prolactina (hormônio responsável pela produção de leite). Entretanto, a produção de ocitocina que é responsável ela ejeção de leite é facilmente influenciadas pela condição emocional da mãe (autoconfiança).  Portanto, estar tranqüila e com o estado emocional equilibrado é fundamental para amamentar.

Amamentar é maravilhoso (digo por experiência própria), mas nem sempre é fácil!! A mãe deve estar consciente da importância da amamentação inclusive para ela (prevenção de câncer de mama e intercorrências pós parto), e sentir que amamentar é um momento único entre mãe e filho. 

Em alguns casos a amamentação não é possível, por inúmeros motivos... no próximo post falarei um pouco mais sobre o aleitamento artificial. Não perca!!
Um abraço e até a próxima!


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